03 julho 2008

Organização.

Fim de semestre. Provas e trabalhos, caos. Organização de festa. Este último não costuma fazer parte do final de semestre de um universitário, mas fez parte do meu desta vez. Os colegamigos de trabalho do Etapa mais extrovertidos começaram a organizar a tradicional Festa da Firma (firma porque firma é empresa de peão). Depois de um dia de trabalho num sabadão os organizadores se reuniram num boteco para decidir detalhes da festa. O Arthur S. foi de feliz. Pedimos duas cervejas pra quase 10 pessoas para ter direito de usar as mesas do lugar. Saímos de lá mais de uma hora depois, xingados pelo dono. Fui descobrir uns dias depois que tinha virado organizador da festa.
Pãtz. Eu nunca organizara uma festa. Pelo menos fiquei com a melhor parte - a de receber o dinheiro de quem fosse. Ninguém me pagou, talvez pela minha fama de mercenário no setor, que o pessoal deve ter confundido com ladrão.
Não passou nem um mês e deu m*rda. O cara que cederia a casa brigou com outro por causa de um rolo com a data e por outras coisas e mandou tudo pra p*ta que o pariu. Ficamos sem teto até que uma bixete fosse persuadida por outra a ceder a casa dela. Definiram uma data para a festa.
Faltando duas semanas para a dita cuja acontecer, caí na real através de um comentário estúpido de um colegamigo de trabalho que eu estava totalmente "away" de tudo, então me dispus a pesquisar preços. Nunca pesquisei os tais preços, fui direito pro lugar que julguei ser mais barato - um atacado.
Fomos, aliás. Eu, irmã, bixete. Só eu e ela de organizadores. O resto ou tinha aula, ou tinha seminário, ou caiu fora da organização na última hora porque senão ia pegar DP (este último, aliás, saiu do Etapa pra ganhar uma nota preta. Talvez eu também devesse ter caído fora.)
Compramos dando tiro no escuro, isso na véspera da festa. Eu era o único organizador com carta e carro. Levei tudo pra casa, fui correndo pra USP fazer a prova surpresa do professor c*zão da última aula, e de lá (depois de bandejar em 7 minutos) pro Etapa camelar.
Dia seguinte, sábado, trabalhei o dia inteiro. Alguns organizadores também, outros não. Saí do Etapa com um deles pra minha casa pra pegar o carro pra comprar mais coisa pra levar tudo. Mais tiros no escuro comprando, fomos. Chegou lá, precisamos fazer mais compras ainda de última hora, tudo sendo debitado da minha conta. Apareceu uma penca de gente, um monte sem pagar.
Tudo comprado, hora de curtir. Não. Corta tomate, corta cebola, chora, faz vinagrete, acaba vinagrete alguns minutos depois. Fizeram salada de maionese, acabou na hora. Dois quilos de pão, duraram minutos.
Resolvi desapegar. Bebi dois copos de Smirnoff Ice caseira. Depois um pouquinho de batida de morango feita com duas latas de leite condensado cheias de 51. Quando eu dei o último gole, que eu entortei pra trás pra beber a última gota... olhei para o céu. Ele olhou para mim, cheio de estrelas. Em retribuição à olhada, todas elas começaram a girar, girar... fui caindo pra trás, sem acreditar que já tinha ficado bêbado.
Daí pra frente foi só gente falando "Arthur, senta", "Você não tá bem", "Come alguma coisa, você tá vermelho". Parei de beber naquela hora, eu estava de carro e daria carona.
Fomos embora dali a quase duas horas, antes da meia-noite. Eu e mais cinco no Celtoso. Não fui dirigindo porque o pessoal ainda achava que eu não estava bem, sendo que eu tinha conseguido andar em cima da linha do piso da piscina sem cair nela! Pior que eu saí feliz, tinha achado boa a festa. Agora ainda estou esperado gente pagar.
(A idéia deste post era mostrar o lado bom da organização da festa, mas conforme fui escrevendo, na mão mesmo, durante um simulado que não precisa ser fiscalizado (ITA, certo, pedagers?), vi que tinha muito ressentimento guardado e virou o que virou. Quem ajudou, valeuzaço. Quem não ajudou e só reclamou, aqui, ó.)

4 comentários:

Jow disse...

arthur, tenho que admitir:
duas melhores partes do texto são... qd o dono do bar quase os poe pra fora sob fogo cruzado e "Quando eu dei o último gole, que eu entortei pra trás pra beber a última gota... olhei para o céu. Ele olhou para mim, cheio de estrelas. Em retribuição à olhada, todas elas começaram a girar, girar... fui caindo pra trás, sem acreditar que já tinha ficado bêbado." muito. muito. muito bom isso. tipo graciliano. muito bom mesmo.

mas oh. oirganizacao sempre dá merda. já fui promoter e sei. logo, é sempre bom ter um patrocinador.

abraco

Patricia disse...

Engraçadíssimo esse post. E meu, me dei conta que eu não sou nem "outra organizadora" nem "colegamiga", nem "amiga" nem nada. Pra vc, senhor Arthur S., eu sou bixete! hehehe E outra: ninguém me deu dinheiro nenhum tbm, acho q tá colando essa fama de q eu estou fazendo estágio com vc.

Anônimo disse...

aliás, nosso patrocinador foi o Arthur S, jow!

Anônimo disse...

Pois é..
eu só mereci um , irmã, mais nada. Acordei cedo num dia que não precisava, fiquei duas horas naquele mercado, e só um irmão entre vírgulas! O vida JUSTA!
Mas blz... ser irmão do garoto POP já é alguma coisa, tirando que a minha carteirinha é roubada e etc..
E sobre a bixete, poxa, põe o nome coitada! É gente boa..