11 janeiro 2008

Começo de ano.

Quando eu tinha uns 4 anos fui para a praia ver a queima de fogos da passagem de ano. Ficamos embaixo de uma barraca, mas em volta dessa barraca tinha uma bateria de fogos. Nem precisa falar que toda aquela explosão causou um trauma. Porém, depois desse dia eu passei a ter medo não de fogos, mas de ano novo!
Toda fucking passagem de ano eu fico meio nervoso, e quando passa tudo eu fico aliviado, não necessariamente feliz ou tranqüilo. Porém, de 2007 para 2008 foi diferente. Faltando vinte minutos para a meia-noite eu estava no mesmo estado de quem termina de ler um livro e vai dormir.
Dia 1º eu já estava a caminho de casa, pois eu trabalharia dia 2. Talvez por isso eu não tenha ficado empolgado com a mudança de ano: nada tinha mudado. Desde que eu nasci essa data marca alguma diferença, nem que seja mudança de série na escola. Agora, entretanto, eu estava indo trabalhar, estava indo para o mesmo trabalho do ano anterior. Tudo estava igual.
Enquanto eu pensava isso chegou a Veja com uma coluna exatamente sobre isso. Um pedaço dela:
"E lá fomos nós, outra vez. Assistimos à queima dos fogos, tomamos champanhe, trocamos beijos e abraços, dissemos feliz ano novo. (...) depois de uma noite maldormida (...) se perceberia que estava tudo igual, cada coisa em seu devido lugar, inclusive as aflições que azucrinam a cabeça, as doenças que castigam o corpo, as obrigações, os trabalhos, os motivos de chateação e os de alegria."
Depois dessa virada (de cabeça pra baixo) não sei mais se vou ficar ansioso na passagem, porque a noite de reveillon é uma noite qualquer, com a diferença de que seus avós ficam acordados até mais tarde. O que diferencia um ano do outro são as promessas que fazemos, isto é, a longo prazo tem algo de diferente. Entretanto, depois da festa, quando nós voltamos para casa e acordamos no dia seguinte, é igual a um feriado no meio da semana.
Agora eu nem sei se faço promessas para 2008, já que tudo vai estar bem parecido com o que já era. Por enquanto o que eu fiz foi providenciar uma agenda para organizar o ano e deixá-lo no esquema de todos os outros anos. Tudo muito igual.

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