09 agosto 2008

O lado escuro da Lua.

Semana passada saí com amigos e vi que não os conhecia. Eu tinha plena consciência disso, só não tinha consciência do outro "eles". Eram pessoas mostrando o que realmente eram, e não o que eu julgava ser. A amizade foi embora durante aqueles momentos ébrios, e voltou fraca com a sobriedade.
Várias pessoas amigas minhas de verdade, pensando melhor, são-me desconhecidas, e isso é recíproco. Será isso amizade de verdade? Sou a favor de guardar algumas coisas para mim mesmo e acho que todos deveriam fazer o mesmo, mas quanto mais eu sei, mais eu confio.
Porém, confiança (acho que) não é amizade, e não gostei do "eles" da semana passada. Depois do efeito daquela substância que faz a verdade sair, voltaram a ser o que eu conhecia. Esse "eles" que eu conheço é só comigo? Não ser comigo o "eles" que eu desconhecia é falta de confiança? Ou esse "eles" eles não são com ninguém?
O pior é que nem precisa ficar "feliz" para aparecer outra pessoa dentro de nós mesmos. Meu pai fala que o problema não são nossos amigos, mas os amigos dos nossos amigos. Uma breve pesquisa orkutiana já prova isso, e ao vivo tem-se a certeza. Sob a influência de outras pessoas, nossos amigos tornam-se imprevisíveis: as piadas internas, os apelidos, as brincadeiras sem-graça, tudo muda. Podemos estar a uma pessoa de distância de um insano ou de alguém que pense isso de nós.
Eu já discuti isso antes com uma mina da faculdade; eu disse que não me achava eu mesmo lá, que eu era eu mesmo no trabalho e com amigos de longa data. Ela disse que essas são máscaras que nós usamos, e não que somos várias pessoas numa só. De fato, certas coisas minhas são minhas em qualquer lugar, enquanto outras são quase conflitantes.
Fazendo um passeio no Ibirapuera com os amigos de longa data encontrei amigos do trabalho. Com a conversa de alguns minutos que tive com os do trabalho ficou claro pros de longa data e para mim que eu não era o mesmo nos dois ambientes. Conclusão: querendo descobrir quem são os outros, não sei mais quem sou eu.

7 comentários:

Bruna ℓ. disse...

São esses pedacinhos seus espalhados por aí que formam quem você é de verdade. Você nunca falou que tinha uma determinada qualidade/defeito pra alguém e essa pessoa falou: "Magina! Você?"? Mas no fundo nós temos essas qualidades/defeitos que só nós ou alguém que convive conosco intimamente conhecem.
É difícil sermos inertes, pq inevitavelmente o ambiente nos influencia. É o tal caso das máscaras que sua amiga te disse... e isso não é um defeito, ao meu ver. Diria que é mais um instinto de sobrevivência, meio darwinista, até, eu diria. Tem "máscaras" que usamos com as quais nos sentimos confortáveis, enquanto com outras não... é aquela tal máscara que a gente usa pra fazer uma "social"... às vezes só uma maquiagem de leve já dá um up no visual e você nem precisa de uma máscara...rs.
Mas o importante de tudo isso é identificarmos as situações que queremos usar a maquiagem, a tal máscara confortável e a tal máscara "social".

PS: Lá no Ibira a fofoca interna não era sobre seus colegas de trabalho, era sobre o povo que tava na balança e a guardinha não foi acabar com a graça deles que nem fez com a gente. ¬¬

Anônimo disse...

(nota mental - não beber na frente do arthur s.)

tuudo isso é muito variável. Eu poderia dar uma de chata relembrando minhas aulas de sociologia aqui, mas "xápralá".... E meu, nem sempre o que sai "sob efeito daquela substância" é o que as pessoas são de verdade. As vezes é só uma bobeira ou uma forma de ser o que não se pode ser normalmente. Falar o que não se fala por falta de coragem ou falta de vontade ou ainda por falta de sentido mesmo.

E acho q esses momentos de "confiança" fazem parte da amizade. Eu não tenho, nem tive, nem terei medo de ficar bêbada perto de vc, pois sei q vc não vai me odiar, rir de mim ou me esculaxar o resto da vida por causa disso.

Ah e eu não concordo com a teoria das máscaras. Acredito mais no lance de ser vários em um. O arthur s. do pedag não é uma máscara, apesar de ele parecer diferente em outros lugares. é q nos outros lugares ele disfarça bem! =P

Jow disse...

discordo da paty.
apesar de não saber o que ocorreu, eu acredito na versão das máscaras. todos nós temos máscaras. roupas inteiras de fantasia. sob medida.


a mais nua (ou mascarada) verdade.

Mahx. disse...

belo texto!

Grazi disse...

Oi, Arthur,
É normal que existam em nós várias personas, que são como máscaras que usamos, dependendo do ambiente em que estamos e da função social que devemos exercer.
É claro que uma "essência" do ego deve ser conservada, independentemente da máscara que usamos, porque senão já será um problema de múltiplas personalidades.
De qualquer forma, acho que nossos amigos são aqueles que gostam da gente (e de quem a gente gosta), mesmo que nossas personalidades sejam tão diferentes.
O respeito e a consideração pela individualidade é o mais importante!
Ótima reflexão!
Beijos.

Licah... disse...

Ainda bem q eu naum sai com vc na semana passada!

Claro q vc sabe quem eh vc...verdade é uma kestão de persuasão!

Não acho q sejam mascaras...só nos adaptamos a cada situação!

VC não tem mascara...
Eu, outro qualquer pode ter...
Mas vc com certeza não tem!

Bjo!

Anônimo disse...

eu tinha escrito uma grande e bem elaborada resposta ao comentario do jonathas. mas ai eu resolvi reelaborar mais tarde e ate hoje esqueci. Enfim, fica pra outra hora.

e o post novo qdo vem??